Orelhas Freudlacanianas

A JORNADA: “Jornada Freud Lacaniana” é um significante criado a partir dos desdobramentos de reflexões e trocas que se já se vivia em Recife e arredores mediante o estabelecimento de laços entre várias instituições e grupos de estudo que têm a clínica Psicanalítica como ponto de referência. Desde 1995, a Jornada acontece anualmente sempre se…

Recitando Consoada (por Manuel Bandeira)

Anteriormente já disponibilizei aqui mesmo no Blog o texto Consoada: um poema-acerto-de-contas entre Manuel Bandeira e as demandas da vida  transitada em coerência e com o inegociável da morte. Na postagem eu o apresento com violão ao colo pois não o imagino consoando com a “indesejada das gentes” de outro modo que não seja cantando….

Chico e Pedro

Chico Buarque não é o maior compositor de nossa história. Ele próprio, em  entrevista concedida há alguns anos e transformada hoje em DVD, reconhece o inegável: é  Noel Rosa, dentre todos os seus pares, aquele que elevou a música até o ápice de sua forma técnica com seus micro-contos feitos no ritmo do samba que…

Viver! (por Machado de Assis)

Tenho a felicidade de pagar agora, com o preço do meu escasso tempo, um dos muitos cheques sem fundo que emiti desde a abertura deste blog. Explico-me: prometi há tempos fazer referência aos meus orixás de cabeça, aqueles que sustentam ela e todo o restante do corpo quando os ventos cotidianos os ameaçam tombar. Faltava…

O meu próprio Rio

Resido num condomínio de nome gracioso: Morada dos Rios. A cada bloco compete o nome de um rio europeu célebre: Danúbio, Tamisa, Sena, Tejo e (o mais longo rio europeu onde reino silencioso lá do topo da pequena torre de nome) Volga. São estruturas de concreto que se tornaram significantes de algumas das maiores belezas…

O Rio (por Guimarães Rosa)

Em visita recente ao Brasil a fim de promover seu mais recente livro de contos, arguido sobre qual a melhor narrativa curta lida em nosso vernáculo o escritor moçambicano Mia Couto respondeu que o texto abaixo é o melhor conto que já lera em qualquer idioma. Resistirei com a bravura à tentação de criar uma…

O Rio (por Manuel Bandeira)

Abaixo apresento aos meus leitores um outro rio. Não o rio espinha de peixe com padrão duro de poeta pretensa e mentirosamente anti-lírico, mas rio caudaloso de lirismo sobressalente e assumido. Em seu “Poética”, Manuel Bandeira se diz farto do lirismo comedido e bem comportado apelidado ironicoepifanicamente de “lirismo funcionário público com livro de ponto…

O Rio (por João Cabral de Melo Neto)

De uma recitação fluente e ritmada como o é o fluxo do rio, apresento João Cabral de Melo Neto, um dos maiores poetas de nosso e de todos os idiomas. Cabral é duro como a Pedra que sempre cantou. Dono de uma impertinente dor de cabeça que (em caráter emblemático) só o deixaria dormir em…

Flechas, humor, amor

Flechas e humor. Flechas no coração de sofredor de todos os que sangram solidão amorosa. “Il n’y a pas de rapport sexuel”, poucas vezes na história foram pronunciadas palavras tão sábias, Lacan sabia mesmo das coisas. Isso ilumina o mundo e nossa condição. Humor sobre nossa condição tão contradita como véu sobre e no masoquismo…

Aperto nas palavras

Urgências de natureza prática do cotidiano que somos obrigados a arrastar me farão esparsar um pouco o imensamente prazeroso ofício de postar aqui iscas para nosso fértil diálogo. Não os deixarei a esmo e sem anzol nesse mar confuso da internet sem porteiras e posto hoje duas gotas vindos do profundo de minha sede para…