PoemAnálise

“As aventuras não têm tempo, não têm princípio nem fim. E meus livros são aventuras;” disse Guimarães Rosa em uma rara entrevista. Para mim seus livros são grandes aventuras, imensas, mas não as maiores. Para mim a maior das aventuras não está no que leio, mas no que escuto. São a grande Jornada. Nesse meu…

Saramago e a Irrelevância da Literatura (por Fernando da Mota Lima)

“Apesar da idade e da doença, José Saramago continua ativo. Vem agora ao Brasil lançar seu novo romance, que é apenas um pretexto para que se pronuncie sobre questões políticas e inquietações humanas que seus leitores não têm idéia de como enfrentar. As aparições públicas de escritores de prestígio como Saramago e a natureza do…

O Amor e as Abelhas

“Com as coisas podemos comportar-nos sem amor: podemos cortar árvores, fazer tijolos, forjar aço sem amor; mas com seres humanos não podemos comportar-nos sem amor, assim como não podemos lidar sem precaução com as abelhas” (Ressurreição – Liev Tolstói)

A Criança-poeta de Freud e o Elefante de Carlos Drummond

Em um belo texto de belíssimo nome (Escritores Criativos e Devaneios), Sigmund Freud trata com rigor e originalidade a questão do manancial de onde brotam as águas da poesia concluindo, não sem uma emocionante argumentação, que “afinal, os próprios escritores criativos gostam de diminuir a distância entre a sua classe e o homem comum, assegurando-nos…

Pastelaria (por Mário Cesariny)

Em homenagem à vida, esse imenso pastelão azedo, uma bela gargalhada em forma de poesia. PASTELARIA (por Mário Cesariny) “Afinal o que importa não é a literatura nem a crítica de arte nem a câmara escura Afinal o que importa não é bem o negócio nem o ter dinheiro ao lado de ter horas de…

Vinte e cinco anos depois, vinte e cinco vivas a “Os Mortos”

Os Vivos e os Mortos (The Dead, 1987) é um filme extraordinário de um diretor excepcional. Foi dirigido pelo americano John Huston, nascido na pacata Nevada de 1906, há exatos 25 anos, tendo envelhecido muito bem (ambos, aliás, criatura e criador). Autor de um percurso oscilante, sua sensibilidade e grandiosidade ficaram incrustadas em pedra, imunes…

Bloomsday, Finnegans Wake e James Joyce em Recife

O ano de 1904 é decisivo para James Joyce: publica O Santo Ofício (o primeiro de sua vida adulta), escreve O Retrato do Artista Quando Jovem e lapida um esboço de ideia que, futuramente, virá a se chamar Stephen Herói. Sobretudo, é nesse mesmo ano de 1904 que James Joyce conhece Nora Barnacle, uma jovem…