Imagem linda para um poema lindo. Drummond pretendia unir o casamento com o amor. Coisa difícil! Mas tenho que discordar dele, o que o amor mais sabe fazer é esperar.
até mais Pedro Gabriel
Andréa, não se engane com o humor irônico de Drummond. Sua poesia deve ser apreciada e compreendida dentro do quadro geral de sua obra complexa. Seus poemas, assim como a obra dos grandes intelectuais de nosso e de todos os tempos, é uma obra em zigue zague. A melhor síntese do que ele disse sobre o amor talvez esteja em “Claro Enigma” (mas mesmo depois surgem novidades existenciais expressas em forma de poema). Enfim, tudo isso pra adizer que o que diz Drummond é dito em tom de ironia, mais uma, sobre o que há de mais incerto e cruel na nossa condição: a experiência de amar.
Drummond faz semblante
Pedro Gabriel! fato provoca-dor: enquanto relia Freud (O projeto), lia Drummond (100 poemas), daí, ficou impossível não rabiscar, quando recebí sua postagem.Então essa escrevinhação, fica para a sua apreciação.
A dor, nos ensina Freud, põe em movimento o psiquismo, derrubando todos “os dispositivos de eficiência”(408) que o sujeito pudesse alcançar seja através da plenitude, constância ou ausência de tensão.Ela equivale mesmo, ao fracasso dessa condição.Privilegiadamente, percorre facilmente todos os trilhamentos psíquicos e corporais, deixando atrás de sí, duradouros caminhos.”É o mais imperativo de todos os processos”(409).Contudo, prossegue Freud, é a experiência de satisfação que provê ao sujeito “as consequências mais decisivas para o desenvolvimento das funções individuais”(422).O que é experimentado, vai-se tornando vivenciado, acontecimento psíquico.Tanto a dor quanto o prazer se fazem representar.
Então, é somente com a intervenção de um outro-estrangeiro que o filhote humano escapa para a vida.Outro, “força auxiliar”(438), incomparável, inigualável e nostálgico, portanto, sempre visado. Marca de nossa existência, selo da carta de amor a nós endereçada.Buscar o amor no outro, é reconhecer nele nossa própria falta, traço originário.Reconhecer , pressupõe recordar ao menos uma parte e é isso mesmo, pois o recalque afasta as lembranças hostis, separando as partes. Reconhecer é sempre um movimento dado a conhecer.Nessa falha, o amor que assim, podemos escrever com o poeta:
A- visada-mente!!, Quero me casar.
Imagem linda para um poema lindo. Drummond pretendia unir o casamento com o amor. Coisa difícil! Mas tenho que discordar dele, o que o amor mais sabe fazer é esperar.
até mais Pedro Gabriel
Andréa, não se engane com o humor irônico de Drummond. Sua poesia deve ser apreciada e compreendida dentro do quadro geral de sua obra complexa. Seus poemas, assim como a obra dos grandes intelectuais de nosso e de todos os tempos, é uma obra em zigue zague. A melhor síntese do que ele disse sobre o amor talvez esteja em “Claro Enigma” (mas mesmo depois surgem novidades existenciais expressas em forma de poema). Enfim, tudo isso pra adizer que o que diz Drummond é dito em tom de ironia, mais uma, sobre o que há de mais incerto e cruel na nossa condição: a experiência de amar.
Acho que é isso: a experiência é de amar…. e quão difícil ela é.
Drummond faz semblante
Pedro Gabriel! fato provoca-dor: enquanto relia Freud (O projeto), lia Drummond (100 poemas), daí, ficou impossível não rabiscar, quando recebí sua postagem.Então essa escrevinhação, fica para a sua apreciação.
A dor, nos ensina Freud, põe em movimento o psiquismo, derrubando todos “os dispositivos de eficiência”(408) que o sujeito pudesse alcançar seja através da plenitude, constância ou ausência de tensão.Ela equivale mesmo, ao fracasso dessa condição.Privilegiadamente, percorre facilmente todos os trilhamentos psíquicos e corporais, deixando atrás de sí, duradouros caminhos.”É o mais imperativo de todos os processos”(409).Contudo, prossegue Freud, é a experiência de satisfação que provê ao sujeito “as consequências mais decisivas para o desenvolvimento das funções individuais”(422).O que é experimentado, vai-se tornando vivenciado, acontecimento psíquico.Tanto a dor quanto o prazer se fazem representar.
Então, é somente com a intervenção de um outro-estrangeiro que o filhote humano escapa para a vida.Outro, “força auxiliar”(438), incomparável, inigualável e nostálgico, portanto, sempre visado. Marca de nossa existência, selo da carta de amor a nós endereçada.Buscar o amor no outro, é reconhecer nele nossa própria falta, traço originário.Reconhecer , pressupõe recordar ao menos uma parte e é isso mesmo, pois o recalque afasta as lembranças hostis, separando as partes. Reconhecer é sempre um movimento dado a conhecer.Nessa falha, o amor que assim, podemos escrever com o poeta:
A- visada-mente!!, Quero me casar.
Selo da carta roubada?
A carta desviada estaria reclamando seu endereço?
Sempre.