Vinte e cinco anos depois, vinte e cinco vivas a “Os Mortos”

Os Vivos e os Mortos (The Dead, 1987) é um filme extraordinário de um diretor excepcional. Foi dirigido pelo americano John Huston, nascido na pacata Nevada de 1906, há exatos 25 anos, tendo envelhecido muito bem (ambos, aliás, criatura e criador). Autor de um percurso oscilante, sua sensibilidade e grandiosidade ficaram incrustadas em pedra, imunes…

A Partida (por Augusto Frederico Schmidt)

“Quero morrer de noite. As janelas abertas Os olhos a fitar a noite infinda Quero morrer de noite. Irei me separando aos poucos Me desligando devagar. A luz das velas envolverá meu rosto lívido. Quero morrer de noite. As janelas abertas. Tuas mãos chegarão aos meus lábios Um pouco de água E os meus olhos…

Inscrição para uma Lareira (por Mario Quintana)

“A vida é um incêndio: nela dançamos, salamandras mágicas Que importa restarem cinzas se a chama foi bela e alta? Em meio aos toros que desabam, cantemos a canção das chamas! Cantemos a canção da vida, na própria luz consumida…”

Profundamente

Como Drummond sou Fazendeiro de Ar. Meu roçado é de palavras, meu gado de ilusão (que foge continuamente na forma de amarga desilusão, verdadeiro e natural sentimento do mundo). Recolhido em minha campânula de vidro sigo meus dias protegido desse mundo ruidoso. Mas conforme meu poeta-patrono de tudo fica um pouco e esse mundo que…

Nós Cavalões… também correndo…

A palavra dos comentadores e biógrafos (dentre eles o próprio autor, o menos autorizado a meter o dedo neste impasse) fiam a certeza de que o poema a seguir foi escrito durante a “II Grande Guerra” numa epifania de almoço quando o Manuel Bandeira fazia sua refeição no Jóquei-Clube do Rio de Janeiro, assistindo corridas….

O Rio de Manuel Bandeira e a Apophasis da Noite

Abaixo, narrado pela voz calejada do caminho que nunca lhe levou à Passárgada, Manuel Bandeira nos apresenta um roteiro de travessia para quando a noite vem. A poesia é antes de mais nada uma via de reconciliação com as nossas paisagens interiores, uma picada aberta nas nossas veredas mais intransponíveis. A poesia nos move, nos…

Os Ombros Suportam o Mundo (por Drummond)

 “Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus. Tempo de absoluta depuração. Tempo em que não se diz mais: meu amor. Porque o amor resultou inútil. E os olhos não choram. E as mãos tecem apenas o rude trabalho. E o coração está seco. Em vão mulheres batem à porta, não abrirás….