A poesia nos espreita de perto e de longe. No caso do meu querido Quintana o vigiou desde muito cedo. Ainda quando criança a poesia o encarava do lado de fora do vidro por onde escorria a chuva que não molhou o seu rosto de menino crescido num aquário de janelas. Posteriormente o assolou nas…
Categoria: (… LITURAS PRÓPRIAS …)
Achando o Amor
Paulo Mendes Campos é de uma safra especial de cronistas, daqueles que pelas urgências do estômago acabaram por se tornar um mestre nesse estilo com peculiaridades tão nacionais. Amigo de Quintana, Vinícius, Drummond, Bandeira e demais gigantes intelectuais de sua geração, deixou-nos um legado de verdadeiros mapas existenciais de nossas mais secretas e contraditórias veredas….
Modesto, Kafka
Schopenhauer diz que, fundamentalmente, “a tarefa do escritor de romances não é narrar grandes acontecimentos, mas tornar interessantes os pequenos”. Nada mais apropriado para se dizer do escritor tcheco Franz Kafka que construiu, ao longo de sua obra que cresceu em silêncio sob o manto do mais completo desconhecimento, personagens que “não sabiam do que…
2011
O tempo que rói mortos e vivos é criação imaginária. Turbilhão desses criados para nos triturar os miolos com o açoite de algo que inexoravelmente passa (sem reversibilidade possível) e que nos impele ao gozo. É preciso aproveitar o carnaval, conhecer o mundo, namorar mais de cem, tomar todas as drogas, casar e descasar, morrer…
2010
Chovo eu também, bem aqui, em tema já tão molhado: um balanço do ano que quase finda. Iniciar este blog foi um dos projeto mais bem sucedidos de um ano atarefado e cheio de bons concorrentes disputando este posto. A empreitada superou qualquer boa expectativa que eu pudesse ter eventualmente estabelecido de início (coisa que…
Paidos Agogé
“O filho que não fiz hoje seria homem, ele corre na brisa sem carne e sem nome”, diz Drummond em “Ser”. Em verdade o filho ao qual faz referência, o tal “que viveu meia hora”, foi feito e desfeito no intervalo cruel e breve de trinta minutos. Meia hora sob o céu deste estranho…
O Fantasma de Arcoverde
Um relâmpago me atinge bem agora em algum canto verde da alma. Chega um momento na vida de um homem em que ele simplesmente senta numa poltrona e se dá por recordar (Drummond again). O relâmpago é imagem desse movimento inevitável que des-esquece coisas dentro de nós iluminando cantos sombrios. Em meu caso o canto…
Velho Olhando o Mar (por Affonso Romano de Sant’Anna)
Para os que, como eu, acordam todos os dias aflitos com o limitado estoque da vida (já citando o homenageado do post) esvaindo-se tempo a fora, presenteio com essa crônica-tesouro narrada pela voz do próprio autor: o mineiro Affonso Romano de Sant’Anna. Que envelheçamos com dignidade ajuntando marés interiores a serem futuramente recordadas. Affonso…
Noite (in)Feliz
Natal: o carnaval dos ruídos. Minha alma cobriu aterrorizada seus castigados ouvidos primeiro diante das declarações que proclamam uma espécie de leilão de best wishes e depois (agora mesmo, pra ser mais preciso) ante o alarido dos rojões soltados à minha janela e que me privam do merecido sono que adiará por mais um ano…
E não gostavas de festa…
“Teu olho cansado fitava-nos alma adentro (…) e via essa lama podre (…) sabendo que toda carne aspira a sua degradação. (…) E o desejo muito simples de pedir à mãe que cosa, mais do que nossa camisa, nossa alma frouxa, rasgada… Beber. Beber é pois ato tão sagrado que só bebido meu mano me…
