Espreitação Bovina

Drummond imagina um simples boi que, de sua ruminação paciente e silenciosa, observa nossa agitação. Sobretudo nesses carnavalescos tempos onde a multidão esconde sua solidão regredindo à ancestralidade da tribo e do totem (que em última instância é o que esse Carnaval evoca) e segue errando e errante diluídos, dispersos e disformes nesse desespero ruidoso…

Horror (Quintana e Munch)

  “Horror: Com os seus OO de espanto, seus RR guturais, seu hirto H, HORROR é uma palavra de cabelos em pé, assustada da própria significação.” (texto de Mario Quintana para o Caderno H)

Orelhas Freudlacanianas

A JORNADA: “Jornada Freud Lacaniana” é um significante criado a partir dos desdobramentos de reflexões e trocas que se já se vivia em Recife e arredores mediante o estabelecimento de laços entre várias instituições e grupos de estudo que têm a clínica Psicanalítica como ponto de referência. Desde 1995, a Jornada acontece anualmente sempre se…

Merda! Sou lúcido. (por Fernando Pessoa)

Cruzou Por Mim, Veio Ter Comigo Numa Rua da Baixa [Fernando Pessoa narrado por Jô Soares] by lituraterre CRUZOU POR MIM (por Fernando Pessoa na casca de Álvaro de Campos) Cruzou por mim, veio ter comigo, numa rua da Baixa Aquele homem mal vestido, pedinte por profissão que se lhe vê na cara, Que simpatiza…

Recitando Consoada (por Manuel Bandeira)

Anteriormente já disponibilizei aqui mesmo no Blog o texto Consoada: um poema-acerto-de-contas entre Manuel Bandeira e as demandas da vida  transitada em coerência e com o inegociável da morte. Na postagem eu o apresento com violão ao colo pois não o imagino consoando com a “indesejada das gentes” de outro modo que não seja cantando….

Tempo de Amor (fragmento)

“Ah, bem melhor seria Poder viver em paz Sem ter que sofrer Sem ter que chorar Sem ter que querer Sem ter que se dar Ah, bem melhor seria Poder viver em paz Sem ter que sofrer Mas tem que sofrer Mas tem que chorar Pra poder amar Ah, mundo enganador Paz não quer mais…

Nova Poética (por Manuel Bandeira)

“Vou lançar a teoria do poeta sórdido. Poeta sórdido: Aquele em cuja poesia há a marca suja da vida. Vai um sujeito, Saí um sujeito de casa com a roupa de brim branco muito bem engomada, e na primeira esquina passa um caminhão, salpica-lhe o paletó ou a calça de uma nódoa de lama: É…