“Cheguei. Chegaste. Vinhas fatigada
E triste, e triste e fatigado eu vinha.
Tinhas a alma de sonhos povoada,
E a alma de sonhos povoada eu tinha…
E paramos de súbito na estrada
Da vida: longos anos, presa à minha
A tua mão, a vista deslumbrada
Tive da luz que teu olhar continha.
Hoje, segues de novo… Na partida
Nem o pranto os teus olhos umedece,
Nem te comove a dor da despedida.
E eu, solitário, volto a face, e tremo,
Vendo o teu vulto que desaparece
Na extrema curva do caminho extremo.”
Quando eu era menina adorava este poema. Ele é tão delicado, traduz tanta nostalgia…
O fim que é uma das únicas certezas da vida, frequentemente nos deixa sem prumo.
Querida Jamila, companheira da espreita do fim. Grato por sua presença constante e delicada neste blog. Amemos começos, fins, finnegans.
Como não amar esse poema ?
Pelas palavras que estão relacionados ao poema nota-se que não foi compreendido o sentido real. As palavras “ingratidão”, “insensibilidade” de nada se relacionam. A mulher dele morreu: “na extrema curva do caminho extremo.”. Abraço
To de brinks , gostei do poema