“A noite, a noite, que se passa? diz
que se passa, esta serpente vasta em convulsão, esta
pantera lilás, de carne
lilás, a noite, esta usina
no ventre da floresta, no vale,
sob os lençóis de lama e acetileno, a aurora,
o relógio da aurora, batendo, batendo,
quebrado entre cabelos, entre músculos mortos, na podridão
a boca destroçada já não diz a esperança,
batendo
Ah, como é difícil amanhecer em Thua Thien.
Mas amanhece.” (…)
(Por Ferreira Gullar)
Bom demais! Conheces o livro de poemas que ele fez pra Gatinho? Gatinho é o nome do gato dele, lindo demais.
Oi Carolina, não conheço tal livro. Na verdade conheço pouco da obra de Ferreira Gullar. Embora reconheça nele um grande poeta (talvez o maior dentre os vivos) que escreveu, escreve e escreverá coisas muito além dos demais de nossa geração, reconheço que FG não é tão grandioso quanto os de sua própria geração: poetas que nos deixaram um legado escrito inesgotável e que me convocam mais que o Ferreira Gullar o faz. Mas me interessei enormemente pelo livro do Gatinho. É um livro mesmo ou só um poema? Pode dar mais informações? Obrigado.