A palavra dos comentadores e biógrafos (dentre eles o próprio autor, o menos autorizado a meter o dedo neste impasse) fiam a certeza de que o poema a seguir foi escrito durante a “II Grande Guerra” numa epifania de almoço quando o Manuel Bandeira fazia sua refeição no Jóquei-Clube do Rio de Janeiro, assistindo corridas….
Categoria: (… LITURAS PRÓPRIAS …)
Cartas, Telegramas e outras Memórias
Organizando minha velha caixa de correspondência redescobri que, até a invenção de e-meio (o meio virtual composto por emails, blogs, microblogs, redes sociais e demais recursos que simulam uma proximidade que é, no máximo, meia) alguns dos eventos fundamentais da minha e de muitas vidas foram prenunciados por carta e anunciados pelo grave telegrama. Desde…
Porquinho-da-Índia (por Manuel Bandeira)
“Quando eu tinha seis anos Ganhei um porquinho-da-índia. Que dor de coração eu tinha Porque o bichinho só queria estar debaixo do fogão! Levava ele pra sala Pra os lugares mais bonitos, mais limpinhos, Ele não se importava: Queria era estar debaixo do fogão. Não fazia caso nenhum das minhas ternurinhas… – O meu porquinho-da-índia…
História pra Mineiros de Todos os Estados
Minas há em mim, há de modo total. Um fantasma mineiro me assombra desde minha já perdida infância me recordando que não pertenço aos baixios de uma cidade que esqueceu sua delicadeza nas montanhas. Um dos privilégios que tenho no blog e na vida é de ter como leitores muitos escondedores de leite que deixam…
Zorba: vida, morte e liberdade
Ontem, em conversa breve de corredor, uma alma generosa de fala macia tentou me consolar falando sobre o alívio que é terminar o mestrado. Posteriormente, digerindo seu convite à paciência, me recordei de uma leitura antiga que gravou na minha mente o que seria a imagem perfeita da liberdade. O fragmento é de “Zorba, o…
O Silêncio em Três Poemas (por Drummond)
Folheando o “Discurso de Primavera e Algumas Sombras“, um livro indevidamente pouco recordado no conjunto geral da extraordinária poesia do meu querido Drummond, me deparei “casualmente” com o que chamei pessoalmente de uma Trilogia do Silêncio. Um conjunto de três belos poemas sobre a dialética entre silêncio e palavra com os títulos de: “A Palavra…
Esperar vale mais que compreender…
Existe uma “quadra de consolo” que recito interiormente nos tempos de dura prova. Quadra de consolo é o modo como chamo algumas palavras que, a exemplo de Drummond, apanho para meu sustento diário. Tomo-as como salvaguarda nos dias em que necessito caminhar sobre o fino gelo das incertezas cotidianas. Para as pequenas e grandes dores que…
Calabar
“Meu coração tem um sereno jeito, E as minhas mãos o golpe duro e presto. De tal maneira que, depois de feito Desencontrado, eu mesmo me contesto. Se trago as mãos distantes do meu peito, É que há distância entre intenção e gesto. E se o meu coração nas mãos estreito, Me assombra a súbita…
