“Toda moça é mansa, é branca e delicada. Otacília era a mais. Mas, na beira da alpendrada, tinha um canteirozinho de jardim, com escolha de poucas flores. (…) E essa flor é figurada, o senhor sabe? Morada em que tem moças, plantam dela em porta da casa-defazenda. De propósito plantam, para resposta e pergunta. Eu…
Categoria: Amor, Ódio e Ignorância
Aos Namorados do Brasil (por Drummond)
“Dai-me, Senhor, assistência técnica para eu falar aos namorados do Brasil. Será que namorado algum escuta alguém? Adianta falar a namorados? E será que tenho coisas a dizer-lhes que eles não saibam, eles que transformam a sabedoria universal em divino esquecimento? Adianta-lhes, Senhor, saber alguma coisa, quando perdem os olhos para toda paisagem , perdem…
Nós Cavalões… também correndo…
A palavra dos comentadores e biógrafos (dentre eles o próprio autor, o menos autorizado a meter o dedo neste impasse) fiam a certeza de que o poema a seguir foi escrito durante a “II Grande Guerra” numa epifania de almoço quando o Manuel Bandeira fazia sua refeição no Jóquei-Clube do Rio de Janeiro, assistindo corridas….
O Refúgio da Cultura (por Éric Laurent)
Os vídeos abaixo foram publicados no site do VIII Congresso da Associação Mundial de Psicanálise (AMP), da qual o Psicanalista Éric Laurent é atual delegado e ex-presidente. Os vídeos, embora publicados no YouTube, são de exibição privada somente para quem tem os links, já que os mesmos não aparecem nas consultas ou em canais. Para…
Cartas, Telegramas e outras Memórias
Organizando minha velha caixa de correspondência redescobri que, até a invenção de e-meio (o meio virtual composto por emails, blogs, microblogs, redes sociais e demais recursos que simulam uma proximidade que é, no máximo, meia) alguns dos eventos fundamentais da minha e de muitas vidas foram prenunciados por carta e anunciados pelo grave telegrama. Desde…
Porquinho-da-Índia (por Manuel Bandeira)
“Quando eu tinha seis anos Ganhei um porquinho-da-índia. Que dor de coração eu tinha Porque o bichinho só queria estar debaixo do fogão! Levava ele pra sala Pra os lugares mais bonitos, mais limpinhos, Ele não se importava: Queria era estar debaixo do fogão. Não fazia caso nenhum das minhas ternurinhas… – O meu porquinho-da-índia…
aMuro
“Entre l’homme et la femme, Il y a l’amour. Entre l’homme et l’amour, Il y a un monde. Entre l’homme et le monde, Il y a un mur.” (Versão de Jacques Lacan, encontrada no seminário “O Saber do Psicanalista”, para o poema de Antoine Tudal. Lacan aperfeiçoa a fórmula e aprofunda o enigma permutando…
Esperar vale mais que compreender…
Existe uma “quadra de consolo” que recito interiormente nos tempos de dura prova. Quadra de consolo é o modo como chamo algumas palavras que, a exemplo de Drummond, apanho para meu sustento diário. Tomo-as como salvaguarda nos dias em que necessito caminhar sobre o fino gelo das incertezas cotidianas. Para as pequenas e grandes dores que…
Devagar, o Tempo…
“Devagar, o tempo transforma tudo em tempo. O ódio transforma-se em tempo. O amor transforma-se em tempo. A dor transforma-se em tempo. Os assuntos que julgamos mais profundos, mais impossíveis, mais permanentes e imutáveis, transformam-se devagar em tempo. Por si só, o tempo não é nada. A idade de nada é nada. A eternidade não existe. No entanto, a eternidade existe. Os instantes…
Calabar
“Meu coração tem um sereno jeito, E as minhas mãos o golpe duro e presto. De tal maneira que, depois de feito Desencontrado, eu mesmo me contesto. Se trago as mãos distantes do meu peito, É que há distância entre intenção e gesto. E se o meu coração nas mãos estreito, Me assombra a súbita…
