Carta a Meu Filho (por Erich Kästner e Drummond)

“Afinal, eu quisera ter um filho Forte e inteligente como essas crianças de hoje. Só uma coisa me falta para esse menino. Falta-lhe apenas a mãe. Não é qualquer moça que serve para esse fim. Há longos anos eu a estou procurando. A felicidade é mais rara que os feriados, E tua mãe nada sabe…

Hunger ist Heilbar (por Erich Kästner e Drummond)

“O homem entrou no hospital e disse: “Não me sinto bem”. Então, extraem-lhe o apêndice e lavam-no com formol. “Sente-se melhor?” Responde: “Não. Mas os médicos dão-lhe coragem e cortam-lhe a perna esquerda, garantindo: “Agora vai ficar bom”. Continua a sofrer, no entanto, e enche de gritos o hospital. Para descobrir o que pode ser,…

Recado ao Senhor 903 (por Rubem Braga)

  “Vizinho, Quem fala aqui é o homem do 1003. Recebi outro dia, consternado, a visita do zelador, que me mostrou a carta em que o senhor reclamava contra o barulho em meu apartamento. Recebi depois a sua própria visita pessoal – devia ser meia-noite – e a sua veemente reclamação verbal. Devo dizer que…

Informe aos Lituronautas

Informo aos visitantes que acabo de localizar e consertar um erro nas entranhas dos maquinismos deste blog. Induzido pela gentileza de um dos novos lituronautas (coisa tão incomum em nossa gente mas tão habitual na colmeia dos meus nobilíssimos visitantes) que de modo muito camarada me alardeou o mal funcionamento, pude acertar os parafusos do…

Os Haveres de Vinícius de Moraes

Diante de um lamentável mundo que, crescendo, desaba, Vinícius de Moraes, agasalhado de poesia e música, soube não rumar para o fim e traçar para si um eterno recomeço.  Soube também nos ensinar o caminho. Confrontado com as vicissitudes de um mundo que, já em seu tempo, opunha a vida cotidiana (redundante- mente repleta de…

A Gente Ainda não Sabia… (por Mario Quintana)

“A gente ainda não sabia que a Terra era redonda. E pensava-se que nalgum lugar, muito longe, Deveria haver num velho poste uma tabuleta qualquer – uma tabuleta meio torta E onde se lia em letras rústicas: FIM DO MUNDO. Ah! depois nos ensinaram que o mundo não tem fim E não havia remédio senão…

Brasão de Letra

Eu me chamo Pedro. É tudo o quanto sei de minha genealogia, mas já há aí legado demais.

Dia dos Professores com Drummond

“O professor disserta sobre ponto difícil do programa. Um aluno dorme, Cansado das canseiras desta vida. O professor vai sacudí-lo? Vai repreendê-lo? Não. O professor baixa a voz, Com medo de acordá-lo.”

Evocação do Recife (por Manuel Bandeira)

* Narração do próprio Manuel Bandeira “Recife Não a Veneza americana Não a Mauritsstad dos armadores das Índias Ocidentais Não o Recife dos Mascates Nem mesmo o Recife que aprendi a amar depois – Recife das revoluções libertárias Mas o Recife sem história nem literatura Recife sem mais nada Recife da minha infância A rua…

Balada das Três Mulheres do Sabonete Araxá (por Manuel Bandeira)

* Narração de Juca de Oliveira “As três mulheres do sabonete Araxá me invocam, me [bouleversam, me hipnotizam. Oh, as três mulheres do sabonete Araxá às 4 horas da tarde! O meu reino pelas três mulheres do sabonete Araxá! Que outros, não eu, a pedra cortem Para brutais vos adorarem, Ó brancaranas azedas, Mulatas cor…