O Silêncio dos Espíritos

Heidegger, caminhando por sua Floresta Negra de silêncio e alheiamento
Heidegger, caminhando por sua Floresta Negra de silêncio e alheiamento

Não à toa o Rei Macbeth ao expressar o seu enfado da vida e o desprezo pelo Tempo caracteriza o que vê como um teatro de palhaços agonizantes cheio de “sound and fury”. Som e fúria. Outras duas palavras quaisquer não descreveriam melhor este tempo confuso e turbulento ao qual nos toca atravessar. Na contramarcha da dissolução o blog “Dos Espíritos”, da escritora Juliana de Albuquerque Katz apresenta-se como alternativa. Seu texto engrandece toda a nossa geração, redime-nos como um James Joyce e gesta a esperança no retorno, após atravessado esse tempo infeliz, de uma reflexão filosófica baseada na contemplação e no silêncio. Ele, o silêncio, é a última câmara da depuração de nossa condição, o ato sublimatório por excelência depois do riso que comporta a mesma parcela de solidão e isolamento que carrega o silêncio (Freud certamente disso não discordaria). Silêncio é a casa da propriedade. Sem o silêncio não há contemplação e, por conseguinte, filosofia ou qualquer nível de dignidade na vida. Obrigado, Juliana, por estas sagradas linhas.

Aos lituronautas, o guia: “What is silence and how does it come to be?”

2 comentários Adicione o seu

  1. Juliana de Albuquerque K. disse:

    Pedro, é na esperança de encontrar o verdadeiro diálogo que buscamos o silêncio. Obrigada pelas suas palavras, você é um grande interlocutor e companheiro de travessia! Beijão!

    1. Pedro Gabriel disse:

      Digo o mesmo a você. Amor fati.

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