Le Carnaval des Animaux é uma peça de Camille Saint-Saëns datada do já distante 1886. Sua beleza que desconhece o envelhecimento a torna atualíssima e capaz de nos comover quase 150 anos depois de passado o contexto de sua produção. Talvez por não ter sido obra datada que, como o que se produz hoje sob…
Mês: dezembro 2010
Cem de Noel
Alguns afazeres mais urgentes que prazerosos me impediram de registrar merecidamente, em formato de crônica, o centenário do nascimento do meu querido Noel Rosa. Precisaria de algumas horas para esboçar com justiça como o poeta de Vila Isabel foi o responsável pelo formato do Samba tal como o conhecemos hoje e como sua vida, consumida…
O Aniversário de Clarice Lispector nos Lembra: ninguém nasce pra ser feliz
Chovendo no molhado anuncio o que já corre solto pelas curvas impalpáveis da Internet: se viva, Clarice Lispector completaria na manhã de hoje belos 90 anos. Reconhecedor que sou da importância maiúscula de Clarice para a nossa prosa e admirador contumaz de sua personalidade incrivelmente lúcida sou, não obstante, um quase desconhecedor de sua obra….
A Chama (por Ascenso Ferreira)
“Na minha vida cruel e avara és irrequieta chama clara iluminando a solidão Porém repara bem, repara e vê se a nada se compara o imenso horror desta aflição: Se acaricio a chama clara, a chama queima a minha mão!” (Por Ascenso Ferreira) * A Chama (Narrado por Paulo Autran)
Soneto XVII (por Mario Quintana)
“Da vez primeira que me assassinaram Perdi um jeito de sorrir que eu tinha… Depois, de cada vez que me mataram. Foram levando qualquer coisa minha… E hoje, dos meus cadáveres, eu sou O mais desnudo, o que não tem mais nada… Arde um toco de vela, amarelada… Como o único bem que me ficou!…
Poema em Linha Reta (por Fernando Pessoa)
“Nunca conheci quem tivesse levado porrada. Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo. E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil, Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita, Indesculpavelmente sujo, Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho, Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo, Que tenho enrolado…
Eu? Passarinho!
“Minha poesia sou eu mesmo, nunca escrevi uma linha sequer que não fosse uma confissão”, revela Quintana em uma das muitas entrevistas chatas que concedeu (quando invariavelmente lhe perguntava quantos livros escreveu, se a vida lhe trouxe satisfação e qual o recado que deixa aos moços). Mestre na arte de driblar a superficialidade levando a…
Meu (nosso) Quintana
MEU QUINTANA (por Manuel Bandeira) “Meu Quintana, os teus cantares Não são, Quintana, cantares: São, Quintana, quintanares. Quinta-essência de cantares… Insólitos, singulares… Cantares? Não! Quintanares! Quer livres, quer regulares, Abrem sempre os teus cantares Como flor de quintanares. São cantigas sem esgares. Onde as lágrimas são mares De amor, os teus quintanares. São feitos esses…
Velha História (Mario Quintana e Cláudia Jouvin)
Titulo do filme: VELHA HISTÓRIA Gênero: Animação Diretor: Cláudia Jouvin – RJ Roteiro: poema de Mario Quintana Ano: 2004 Duração: 6 min Cor: Colorido Bitola: 35mm Ficha técnica completa e premiação Velha História Gênero Animação Diretor Cláudia Jouvin Ano 2004 Duração 6 min Cor Colorido Bitola 35mm País Brasil Local de Produção: RJ
Palmares e Paris: as epifanias amorosas do poeta Ascenso e do psicanalista Lacan
Ascenso Ferreira, poeta maior, com sua poema Nordeste nos dá um belo exemplo literário do que Lacan, da margem direita do Sena, no seu consultório no n° 5 da Rue de Lille, descreveu como sendo a propriedade fundamental do amor: fazer o gozo condescender ao desejo. O psicanalista torto do charuto torto com isso queria…
