Aos de Casa (por Vinícius de Moraes)

“Este caderno é meu. E é proibido
Arrancar “issozinho” do caderno.
Pra quem tiver a “ursada” cometido –
– caldeiras de aço líquido – no inferno!

Quem de “papel” tiver necessidade
Por “aperto” ou razões outras quaisquer
Há muitas papelarias na cidade
Ou cá na Gávea mesmo se quiser.

Mas bulir neste bloco eu não permito
Não façam tal “papel” porque eu me irrito
A cleptomania é um feio vício!

Não é usura não. A coisa é nossa
Temos o mesmo sangue, a mesma bossa:
– Somos oficiais do mesmo ofício.”

(Poema registrado pelo menino Vinícius de Moraes para proteger seu primeiro caderno de registros pessoais. Possivelmente seu primeiro Soneto)

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