O jovem Manuel Bandeira – Fonte: Condomínio dos proprietários dos direitos de imagem de Manuel Bandeira A poesia traz a promessa do prazer. É fatal: poesia é antes de qualquer outra coisa fruição. Palavras ecorrendo da boca como o mel respingando dos favos. Em Bandeira (e em mais alguns outros Poetas Maiores) ela é…
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Epígrafe (por Manuel Bandeira)
“Sou bem-nascido. Menino, Fui, como os demais, feliz. Depois, veio o mau destino E fez de mim o que quis. Veio o mau gênio da vida, Rompeu em meu coração, Levou tudo de vencida, Rugia e como um furacão, Turbou, partiu, abateu, Queimou sem razão nem dó – Ah, que dor! Magoado e só, –…
Tristeza em Londres, Tristeza no Mundo
A ode escrita pelo Poeta do Capibaribe foi dedicada ao seu amigo Jayme de Aragon y Ovalle (grafado com “i” na versão final do poema). No entanto as palavras imortais se aplicam a todos os que se empenham em viagens perdidas para desertos inóspitos, imensos e tristes. ESPARSA TRISTE (Por Manuel Bandeira) “Jaime Ovalle,…
Meu (nosso) Quintana
MEU QUINTANA (por Manuel Bandeira) “Meu Quintana, os teus cantares Não são, Quintana, cantares: São, Quintana, quintanares. Quinta-essência de cantares… Insólitos, singulares… Cantares? Não! Quintanares! Quer livres, quer regulares, Abrem sempre os teus cantares Como flor de quintanares. São cantigas sem esgares. Onde as lágrimas são mares De amor, os teus quintanares. São feitos esses…
Consoada (por Manuel Bandeira)
“Quando a Indesejada das gentes chegar (Não sei se dura ou caroável), talvez eu tenha medo. Talvez sorria, ou diga: – Alô, iniludível! O meu dia foi bom, pode a noite descer. (A noite com os seus sortilégios.) Encontrará lavrado o campo, a casa limpa, A mesa posta, Com cada coisa em seu lugar.” (Por…
Belo Belo (por Manuel Bandeira)
“Belo belo belo, Tenho tudo quanto quero. Tenho o fogo de constelações extintas há milênios. E o risco brevíssimo — que foi? passou — de tantas estrelas cadentes. A aurora apaga-se, E eu guardo as mais puras lágrimas da aurora. O dia vem, e dia adentro Continuo a possuir o segredo grande da noite. Belo…
Poesia Concreta (por Manuel Bandeira)
Extraído de DIMENSÃO – Revista Internacional de Poesia Uberaba/Brasil – Ano XVII – N. 26 – 1997 – Número Especial III
Rondó do Capitão (por Manuel Bandeira)
“Bão balalão, Senhor capitão, Tirai este peso Do meu coração. Não é de tristeza Não é de aflição: É só esperança, Senhor capitão! A leve esperança, Senhor capitão! A leve esperança, A aérea esperança… Aérea, pois não! – Peso mais pesado Não existe não. Ah, livrai-me dele, Senhor capitão!” (Poema: Manuel Bandeira Imagem: Sísifo –…
1938
Quando estudava Diplomacia em Londres, o poeta Vinícius de Moraes escreveu uma amargurada missiva à sua então noiva Tati de Moraes falando de seu confinamento na fria Inglaterra dos anos 30. Para o poeta, sua estadia era mais que um isolamento: era um cativeiro sombrio quase impossível de ser suportado longe das insígnias pátrias que…
