Feliz JazzTown

Como última postagem do odioso Natal, celebração da culpa onde uma amarga tristeza se traveste de uma caricata alegria e um recitado sentimento de confraternização universal que se contradiz a cada mínimo gesto, apresento o Jazz, sempre ele, sobretudo ele a nos curar. Trago três faixas temáticas de minha maior predileção. Iniciando com Charlie Parker, trago o Bird e seu Quintet formado por Kenny Dorham, Al Haig, Tommy Potter e Max Roach (além do próprio Bird, lógico). Ao pronunciar o nome de Charlie Parker a qualquer iniciado do Jazz se ouvirá suspiros, dispnéia, grunhidos e demais expressões eróticas. Nesta faixa o Quintet executa o clacissíssimo White Christmas, gravado ao vivo no “Royal Roost”, em Nova Iorque, na noite de Natal de 1948.

Na sequência Chet Baker, com seu trompete empapado de chocolate e rasgado como se tivesse arame farpado em lugar de cordas vocais cortando o ar que sai de sua laringe, executa Silent Night, calando consigo todo o alarido comum desta época barulhenta e artificial.

Por fim Oscar Peterson executa Jingle Bells em seu Christmas Album tornando nossa noite verdadeiramente feliz.

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